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Friday, August 19, 2005

Sit-Com

Caraca, definitivamente minha vida poderia virar um Sit-Com. É muito simples, sem fazer esforço as situações bizarras me procuram e, segundo a teoria vigente (Teoria Geral do Gafanhoto, vol II - Ed. Altaia) elas podem tomar quatro formas distintas: adendo, dividendo, pendência e pedida. O resto é baboseira, então não perca o seu tempo - classifique a sua vida segundo esses padrões!

Situação 1:
Já demonstrei aqui minha indignação por estar praticamente inválido (ehaheha) em casa, com o pé virado num oito. Muito bem, na hora em que eu estava na clínica e o camarada tava fazendo as bandagens, ele ressaltou, com requintes de crueldade, que eu não deveria, em hipótese alguma, nem pelo que era mais sagrado (nessa hora ele se benzeu), deixar que as bandagens se molhassem. Nossa, parece o Jägermeister: tem tanto aviso pra tomar gelado que se o cidadão tomar quente acho que empacota! (Fonte: McGyver, Bebum; 2005)
Either way, saí da clínica com o pé imobilizado e, como já tinha tomado o banho do dia, fiquei tranqüilo. No outro dia, estava com calma, consegui ordenar as idéias e fazer uma mandinga com duas sacolas de supermercado, tomar o banho e manter o troço seco. No terceiro e quarto dias, porém, não tive tanta sorte. Em uma das vezes a sacola estava furada; na outra, a pressa (que é inimiga da perfeição) me impediu de fazer o troço direito - e olha que eu tava usando fita por fora e tudo!
Resultado, saí com o pé encharcado (mas ainda vivo) e tenho que ver no que vai dar. O cara da bandagem ressaltou que invariavelmente eu teria que trocar o troço, então, porquê não antecipar, não é mesmo? ;)
Ontem fui na casa da patroa e, em um colóquio com ela e a sogrinha, levei de dez a zero pela sabedoria popular: "Você tem que usar um saco de lixo e um elástico, rapaz; sacola de supermercado já vem furada pra evitar encher de ar e eu nunca vi fita segurando infiltração!!". Porra, como não pensei nisso antes?


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Situação 2:
Durante essa semana, eu andei randomly pelo centro da cidade e bairros anexos resolvendo pendências. Peguei algumas fotos pro portfolio e ainda tô correndo atrás da minha foto premiada na última Maratona Fotográfica de Florianópolis. A última pista de que tive notícia indicava que ela se encontra agora na Casa da Memória... acontece que os responsáveis de lá são nojentos e escorregadios, sempre que ligo eles encontram uma desculpa pra eu não passar por lá. O cara do acervo, por exemplo, já foi fazer de tudo; a hora que matarem o coitado eu vou chegar lá com all guns blazing e acabar com a palhaçada.
Enfim, num desses telefonemas em que a mulher me deu uma desculpa esfarrapada, aproveitei pra perguntar onde fica a casa da memória - transcrevo o diálogo abaixo:

(...)
- Ok, aproveitando o telefonema, você poderia me dizer onde fica a Casa da Memória?

- Claro, fica atrás do Banco Do Brasil.

(silêncio)

- Er, desculpe...?

- Fica atrás do Banco do Brasil.

- Porra, qual Banco do Brasil?! Só aqui no centro conheço uns 5...

- O que fica perto da Catedral, senhor, tem o prédio do (insira outro órgão público aqui) perto...

- Ah, obrigado... (com som de descaso e um sorriso amarelo).

Essas tiradas normalmente me ocorrem depois, mas deveria ter dito pra ela "ok, senhora, tô ligando do telefone aqui da venda, mas vou preparar a minha carroça e em dois dias eu chego aí, sim?".
Porra, isso lá é indicação que se dê?! Por acaso a cidade se resume no centro, agora? Ou só nos arredores da praça?! Ou pior, só tem UM banco na cidade inteira!!!! Porra, mentalidade provinciana é uma coisa, isso aí já é burrice!


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Situação 3:
Nessa mesma leva de resolução de pendências, estava parado no sinal que converge à esquerda, saindo da Beiramar pra cair na Madre Benvenuta. Tava rolando trote, e fui interpelado por uma garota toda cagada de dejetos diversos, me pedindo um trocado. Mais um vez vou me utilizar da tradução simultânea tabajara que o blogger disponibiliza:

- É trote de que curso?

- Medicina.... pô, me dá um dinheiro aí... (visivelmente desempolgada)

- Puta merda, calouro não sabe nada mermo, né? (sotaque carioca aflorando) Não é assim que se pede, garota!

- Ahhh, vai, me dá um trocado, eu tô aqui nesse estado deplorável, descalça, qualquer coisa ajuda!!!! (visivelmente desesperada)

- Porra, agora sim! Segura aí (tira a carteira do bolso), vou te dar as primeiras moedas que caírem na mão...

Acabei deixando uns R$ 0,60 com ela e espero que tenha servido de lição.
Segundo o bebum McGyver, você tem que apelar, falar que qualquer coisa ajuda, qualquer 0,05 ou 0,01 centavo ajuda, faz a diferença!!! Ou então tentar uma estratégia mais forte, "se você não me der um trocado eu te abraço" ou "se você não me der um trocado eu limpo minha blusa no seu carro...". Sempre lembrando que chute no saco e dedo no olho não valem... o resto é canela.


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Depois dessas, eu me retiro... dewa mata!


.: Ouvindo: Bon Jovi - Wanted Dead or Alive :.

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