(Do you) like Blakk Market?

Listen to us! Theater of Lies by Blakk Market

Tuesday, February 20, 2007

"Cadê a placa, magrão?!"

Ontem, segunda-feira de carnaval, roubaram a placa do meu carro. Sou obrigado a contar a história em detalhes e ainda fazer um ode aos meus amigos. Grandes amigos. Ah, esse vai ser um longo post...

---

Ontem rolou um evento já conhecido da cena metal da cidade, o Carnametal, no Red Café. A rapazeada banger se reúne pra uma dose de metal em pleno carnaval, e tenho que admitir, é divertido. Nessa ocasião em especial, este que vos fala ia fazer uma participação como frontman da banda Alpha Six.

Muito bem, passaram-se os shows, eu e a patroa esperávamos o show da Monster Truck, quando vem uma amiga avisando: "Vem comigo agora, mexeram no teu carro".
Puta merda, cagaram com a noite que ia bem até então.

Corremos pela rua entre o posto e o Angeloni até o local onde estacionei o carro. Já se acumulavam umas 25 pessoas em torno de dois malucos; nas imediações, fui sendo informado que um dos caras - visivelmente high de múltiplas substâncias - tirou com a cara de vários amigos meus ali perto, arrancou a placa do meu carro e logo depois passou de novo em frente aos camaradas dizendo "Aí, arranquei a placa do camarada de vocês..."
Obviamente, ninguém levou o cara à sério, até que um dos camaradas olhou pro carro e constatou o fato. Instantaneamente, o cidadão se viu rodeado pela turma enfurecida.
Chegando lá, fui falando pra rapazeada se acalmar (a.k.a. a turma do deixa disso), só queria a placa de volta e fui interrompido por um dos camaradas: "Não é bem assim não, ninguém mexe contigo!". Fukk yeah.

Passam-se momentos de tensão. Era nego empurrando o cara, discutindo, dando de dedo, berrando xingamentos ou mandando o maluco procurar a placa. Tinha gente que queria linchar o cidadão; outros queriam jogá-lo no rio; uns queriam deixar o cara voltar pra casa pelado, e outros queriam amarrar o cara atrás do carro com o número da placa nas costas.
Depois de uma meia hora procurando a placa, intimidando o magrão e rindo um pouco (a alegria do palhaço...), entramos em contato com a polícia. Duas viaturas nas redondezas, conversamos com uma dupla de meganhas enquanto a outra segurava o cara mais no final da rua. Um dos meganhas, ao ouvir a história, sugeriu: "Se ele não achar a placa, a gente devolve ele pra vocês".

Resultado, o cidadão ficou conhecendo o 'porta-malas' da viatura que a gente seguiu até a 5ª DP, próxima à penitenciária. O B.O. era uma obrigatoriedade, vai saber se o cara passou a placa pra frente pra fazer algum assalto?
Chegando na DP um dos policiais indicou a entrada pro cara, ainda muito louco, e mostrou o sofá pra ele. As cenas que se seguiram foram... pah, tirem suas próprias conclusões.

Um dos policiais começou a conversar com o cara. Disse que ele ia achar a placa ligeirinho, só não tinha feito isso até agora porque não tinha falado com ele ainda. O cara insistia que não sabia onde tava a placa, já tinha procurado, que tinha esquecido onde jogou. Depois de algumas perguntas o meganha se irritou, catou um tubo de spray de pimenta do parceiro e meteu bronca na cara do cidadão. O cara levou as mãos no rosto enquanto berrava, se jogou no chão e jurou que não sabia de nada. Forte. O policial ainda comentou: "O tubo tá cheio, hein?!".
Eu, a patroa e mais dois camaradas esperávamos pra fazer o B.O., vendo tudo isso. O spray é absurdo, na mesma hora alguns começaram a tossir, até uma inspetora gente finíssima (que fez o B.O. depois) reclamou - e ela tava na outra sala.

Logo depois os policiais levaram o cara pra procurar a placa de novo. Levantaram o cidadão do chão, algemaram o maluco e levaram embora. Junto com eles seguiram dois camaradas pra tirar qualquer dúvida.
Fizemos o B.O. e a delegacia não parava de receber gente. Esperamos porque um casal registrava o roubo de uma bolsa; depois chegaram três pessoas pra registrar um roubo de CD de carro, e dois trocadores de ônibus logo na sequência.
Essa rapazeada toda viu a volta da viatura com o cara da placa - dez vezes pior do que saiu. Um dos caras achou que a gente tivesse atropelado ele. Um dos camaradas que foram com a viatura comentou depois que o policial fez o cara procurar a placa de novo. Sem sucesso, usou mais spray do que na primeira vez e, não se dando por satisfeito, lançou mão de um pedaço de pau e bateu nas costas do cara. Tenho que admitir, o cara apanhou mais do que cachorro puto. Ainda bem que a turma enfurecida do início da história encostou pouco nele.

Na seqüência, perguntei pro policial se já estava tudo certo e ele confirmou, pegando mais alguns dados comigo; disse que dali eles resolviam a situação. Agradeci e vazei ligieiro. O que soube é que eles deram mais uns petelecos no cara e, mais tarde, largaram ele no CIC. What a night.

Aproveito pra deixar um agradecimento à todos que presenciaram, ajudaram, discutiram, defenderam, bateram, falaram, e/ou deram apoio de alguma maneira, junto comigo ou em meu nome naquela noite. Vocês são foda, e (não preciso citar nomes) sabem quem são.
Valeu!

.: Ouvindo: Opeth: The Funeral Portrait :.

4 comments:

Fer Fer Fer said...

hahaha meu, o BJ me contou do rolo todo... quem manda ser otário gratuitamente, tem mais é q apanhar mesmo!!

Mestre said...

Viva a polícia tupiniquim! Sempre agindo com sensatez para resolver os problemas da sociedade.

Anonymous said...

E nada da placa, né? :P

Qui said...

Cadê a placa maluco?