Road Trip: Argentina - Quinta feira, 28/09

Muito bem, vou meter bronca no diário da viagem à argentina. Tô dividindo mais ou menos por dias, mas não sei se vou respeitar essa divisão até o final dos posts... :P

Madrugada de quinta, banho zumbizando e toca pro aeroporto. Deixamos o carro num dos estacionamentos ali perto, e o dia já começou bem; mal entrei no pátio e um dos funcionários chegou perto do carro e largou: "Pra lá".
Porra, eu entendo que são seis da manhã, mas diabos, "bom dia, o senhor pode deixar o carro naquela vaga" virou lenda?! Que raios de instrução é essa, pra lá? Quase mandei o cidadão à merda, e estacionei o carro onde achei conveniente.

Chegamos ao aeroporto pra via sacra já clássica, check-in - espera - café da manhã - espera - sala de embarque - fila - raio x - espera. Na sala de embarque, descobrimos que duas freiras - à caráter - iam voar com a gente, com direito a Duty Free e tudo. Nessa hora já soltei várias pedidas, "olha, tão gastando o dinheiro dos fiéis" e "será que vão pra Buenos Aires? Sim, pra tentar a sorte nos cassinos e aumentar o income da congregação" e etc..
No mais tudo corria bem, e deu-se início ao embarque do nosso e de outro vôo da Gol, com destino à São Paulo. As duas aeronaves estavam lado a lado na pista, e um camarada no portão indicava pra qual delas os passageiros deveriam ir. Óbvio que, depois de todo mundo sentado, portas fechadas e aviões taxiando na pista, um maluco saiu correndo pelo avião dizendo que estava na aeronave errada, que ia pra São Paulo. Bolas. O cara tava com fone no ouvido e não ouviu nada até entrar no avião errado... volta tudo, abre portas, o maluco sai do avião, fecha as portas, voltamos a taxiar. Em torno de 12 minutos nesse processo.

Já no trecho PoA - BA, uma das passageiras passou mal, e perguntaram se havia algum médico à bordo pra prestar assistência. Nessas horas dá orgulho, lá se levantou minha mãe e mais quatro malucos pra socorrer a senhora. Não que uma ginecologista pudesse resolver muita coisa ali, um caso de náusea, heheh... enfim.
O fato mais bizarro nesse vôo foi quando a gente estava entrando em espaço aéreo argentino: a lei dos hermanos demanda que o avião seja desinfetado para pousar em solo porteño. Absurdo! Me senti como uma carga qualquer, e isso não ajudou muito a mudar minha opinião sobre os argentinos...

Enfim chegamos ao Aeropuerto Internacional Ezeiza, e depois da demora tradicional de bagagens, fomos pro saguão. Logo depois da ida ao locutório (um posto telefônico), arranjamos um táxi e tocamos a barca pro centro da cidade, distante uns 20 Km.
O motorista do táxi, o tal do Rodolfo Valentino (sim, esse era o nome dele), era uma figura. Eu com um espanhol capenga conversando com ele, perguntando sobre a cidade e tal, e ele contando causos. Bizarro.

Já no centro de Buenos Aires nos deparamos com uma manifestação na área do Obelisco - o motivo era o sumiço da última testemunha viva de uns rolos políticos de trinta anos atrás (essa notícia passou na TV durante o café da manhã em floripa). O trânsito tava lento, embolado, e isso só deixou mais tempo pra gente conversar.
Chegamos ao hotel um pouco depois do previsto e depois de arrumar alguns detalhes, agitamos o almoço. O resto do dia transcorreu sem maiores problemas. Passeamos pelo centro da cidade, encontrei piercings bem baratos numa galeria louca e ainda arranjei um desconto com o cara - dois 'bulls', como eles chamam lá, aqueles arcos com spikes nas pontas, pretos, por $35 (pesos argentinos). Depois tive que correr atrás de álcool e coisas pra desinfetar, afinal de contas era um piercing argentino e eu não ia colocar aquele bagulho na minha orelha assim sem mais nem menos. ;)

Com o cair da noite (viram o 'quê' poético?) era hora de seguir pra estação de trem. Mas isso vai ficar pro próximo post. ;)

Hasta luego!