"Vou comer a tia do Báteman!"
Ontem fomos assistir ao Batman no cinema. Puta filme foda. Expandiram alguns acertos do Batman Begins, e já inventaram moda também: a trama é ótima, mas a lista de gadgets do morcegão foi demais pra minha cabeça. Sonar de cu é rola, já dizia o Bebum McGyver.
Depois de uma correria pra chegar no cinema com quitutes, apostas e requintes de crueldade, a película começa a girar e o silêncio é absoluto. Inclusive na tela, o início do filme é silencioso e cria uma tensão impressionante.
Tonight you are all going to be part of a "social experiment", anunciaria o Coringa (o Joker, o Palhaço) logo adiante; mal ele sabia como estaria certo.
Pergunto ao leitor: como emputecer uma platéia de 60 pessoas, bem alimentadas, bem instaladas e pagando um preço até acessível pelo ingresso em um cinema de qualidade? Leve seu bebê pro cinema. Sim, incrédulo leitor, um casal de desmiolados fez isso. É claro que, com o som leve, o clima calmo e o filme sossegado que passava, a criança não tardou em chorar. E o fez em um momento importante e tenso da trama, onde as coisas se explicavam, e arruinou o momento. How's that for social experiment?
O cinema inteiro virou pro canto esquerdo superior da sala. Porra, quer chamar à atenção, toca pelado. Não tem com quem deixar a criança? Revezamento 2 x 2:30h ou deixa de ser vagabundo e baixa na internet. Ora bolas. A censura pra esse filme é de 12 anos. Doze anos implica em uma semi-pessoa que já anda e fala. Se a sessão não tivesse terminado meia-noite e tantas, poderia ter achado alguém responsável e ter reclamado com propriedade.
Sobre o filme: referências mil na trama, que cita Frank Miller em O Cavaleiro das Trevas e Batman Year One, entre outras HQs conceituadas. As personagens são razoavelmente complexas, a trama inteligente e as atuações são boas. E o Coringa rouba a cena. Heath Ledger ficou deprimido depois que comeram a bunda dele em Brokeback Mountain, e resolveu fazer uma interpretação de macho. Esse Coringa excedeu todas as expectativas e releituras de HQ pra cinema, e foi uma das poucas personagens que transitou entre mídias com classe e noção - admito até que bateu o Coringa de Jack Nicholson, do qual sou fã incondicional. Com certeza, com direção e decisões de produção corretas, Nicholson mandaria um Coringa alucinado numa boa. O final com moral foi meio frustrante, mas não matou o filme.
Resumindo: se não viu, veja. Se já viu - e um bebê safado arruinou sua experiência - veja novamente.
.: Ouvindo: Opeth - Coil :.
1 comment:
vale ressaltar que ledger é o comedô em caubóis de monteinbaique, o que pode significar uma reconsideração no possível estado de espírito da figura em dark knight.
e nenê de colo não rima com cinema, nunca.
Post a Comment