Slow motion
Mais uma vez postando na hora do almoço, antes do violão vespertino. Aproveitando a onda de calor que assola a ilha, vou falar de um dos sintomas da estação quente, a lentidão.
Uma das atendentes do Mini Kalzone tem esse problema, permanentemente. Mesmo agora, numa época de temperaturas amenas (já que inverno mesmo tá difícil) a criatura é muito lerda. Incrível. Dá quase pra se sentir dentro da Matrix: é possível prever todos os seus movimentos, o quê e quando ela vai falar alguma coisa, dá folgado pra iniciar uma pirueta, desembainhar a katana e... bom, nem tanto.
A questão é que o resultado disso, obviamente, depende muito da situação e do humor deste que vos fala.
Imagine que as coisas vão bem, sobrando tempo de almoço, o dólar caiu e os juros baixaram. Neste cenário, ser atendido pela Ms. Slow não é um problema. Você até se diverte. Dá pra olhar as horas e bocejar enquanto ela nota que você está esperando; dá pra fazer o moonwalker à lá Michael Jackson enquanto ela pega o calzone na estufa, ou até mesmo digerir o almoço enquanto ela calcula o troco.
No entanto, se o trampo tá apertado, seu horário de almoço caiu pra dois terços do tempo regulamentar e as pendências estão agindo contra seus interesses, ser atendido por ela é um desastre. Parece que, a qualquer momento, de tão lenta ela vai parar e começar a fazer tudo backwards, ao contrário! A casa tá caindo, ali, na sua cabeça e ela com aquele olhar semi-sonso para o horizonte, como se nada estivesse acontecendo. "Meserável", ela consegue me tirar do sério.
Como tudo na vida tem seu contra-peso, ela não precisa se preocupar com uma morte fulminante. Um ataque cardíaco seria tão lento, que os parentes poderiam discutir quem deve levá-la até o hospital. Na verdade, ela pode muito bem ter tido um ataque há três semanas e ainda não sabe disso! Vaso ruim não quebra mesmo.
Dewa Mata!
.: Ouvindo: Blakk Market - Indians (Anthrax Tribute) :.