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Tuesday, November 28, 2006

Road Trip: Argentina - Quinta e Sexta, 28 e 29.09

Segunda parte da saga porteña... (mais por vir, quando eu tiver tempo).

A estação de Constitución fica um pouco distante do centro de Buenos Aires. Uma vez lá dentro era hora de acionar o contato - codinome Laura Katz - pra dar continuidade à viagem. O contato era foda: a mina organizou uma excursão de mais ou menos 350 cabeças até o Trimarchi DG - imaginem três vagões cheios de diseñadores e vocês terão uma idéia (o caos...).
A essa altura o castellano já dava resultado, e não foi difícil encontrá-la, ao que fui bem recebido. Consegui o passe do trem e as informações necessárias, e me mandei pra área de embarque.

O trem era um caso à parte: velho e barulhento, tinha a fama de quebrar sempre na metade do trajeto de 400 Km entre BA e Mardel (notem aqui a intimidade com os locais). São três áreas nesse trem: um camarote, com cama e todo o conforto; uma 'área vip', com cadeiras espaçosas e frescuras; e a classe econômica, onde eu estava instalado.
O início da viagem foi tranquilo. Sentei do lado de uma argentina (também) chamada Laura (quase todas as minas que eu conheci lá se chamavam laura) e puxei um papo. A mina era gente fina e bonitinha, mas depois de umas duas horas conversando sobre design e aleatoriedades ela decidiu dormir.
Eu também tava cansado pacas e começou a esfriar um pouco dentro do vagão... puxei um casaco e fiquei na boa. Meia hora depois eu já tinha aberto a mala, puxado outro casaco, touca, cachecol e dois pares de meias extras - o bicho tava pegando.

Eventualmente a inseparável garrafinha d'água deu resultado, e uma visita ao banheiro era imprescindível. O baño ficava no intervalo entre os vagões; do lado direito, um lavabo com pia e acessórios, do lado esquerdo o banheiro, especificamente. O problema é que a luz nesse setor não estava funcionando. Diabos, nem no corredor e nem dentro do banheiro! Era impossível se orientar, além do balanço do trem ainda teria que adivinhar a posição do vaso! A solução era óbvia: abri o 'bolso de utilidades' e saquei o inseparável zippo, iluminando o recinto. Sem problemas - estava 'operando por intrumentos' numa boa.
Na saída, lavando as mãos, uma menina veio usar o banheiro... prontamente cedi minha solução patenteada pra garota, seguido de um agradecimento e uma cruzada de olhares.

A essa altura, madrugadão, já tava frio pra cacete dentro do vagão. A rapazeada veio preparada: muitos tinham cobertores e travesseiros, outros garrafas térmicas com mate. Aliás, o povo de lá curte mate demais, toda hora é hora. Cheguei até a provar mate com açúcar (mas isso vou contar depois).

Hasta luego (ou não tão luego assim).


.: Ouvindo: Despotic - Masterpiece of Life :.